domingo, 10 de novembro de 2013

Saiba mais sobre a saga de Martinha, a menina da favela

“A favela, como a selva, é um mundo violento e cruel, onde a
sobrevivência depende de habilidades diferentes das necessárias em
outros grupos sociais.” Esta passagem reflete a tônica do romance A
menina da favela: uma narrativa crua, sem retoques, que dá a medida da
igual crueza da vida retratada na história.
A saga de Martinha – que vai desde a miséria na favela, passando por
outras agruras a ela relacionadas, como o alcoolismo, a violência, o
abuso sexual – traduz a humilhante via-crúcis de tantas meninas Brasil
afora. Uma menina que aprende a se valer da malandragem como
estratégia de sobrevivência, e que depois consegue escapar desse
ciclo, resgatando sua identidade, mesclando obstinação, doçura e
alegria de viver.
Heliópolis pode ser qualquer favela brasileira. Martinha pode ser
qualquer menina, dentre as vítimas dessa estrutura perversa. Muitas
sofrem como ela. A narrativa mostra que há a possibilidade de
reescrever esse destino aparentemente traçado e imutável. Basta
sonhar e lutar.
Tatiana Alves
Escritora e Doutora em Literatura

sábado, 9 de novembro de 2013

Blog com poemas e crônicas da autora:

http://www.escrita.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=15886

NOTA DA AUTORA


Este livro é de ficção. Os personagens não têm nenhuma relação com pessoas reais. Contudo, cada acontecimento, cada fato, foi reproduzido de um fato real, na vida de alguém, em algum lugar, nos últimos anos.
A Favela Heliópolis existe, em São Paulo. Por lá eu passei milhares de vezes nesses pouco mais de quarenta anos da minha vida, sempre observando a dinâmica de seus moradores, ouvindo estórias, tendo a honra de conhecer alguns deles.
Mas, neste livro, a Favela Heliópolis é uma ficção, onde várias favelas do Brasil se reúnem, criando uma comunidade imaginária, cujas estórias não deixam de ser verdadeiros relatos da dura vida dos moradores de favelas pelo Brasil afora.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Leilão de virgindade. O lance: uma boneca.

Entrou no carro, e quando chegou à praça, nem sentiu os dedos do seu Zé tocando sua vagina, enquanto abria a caixa da boneca e a abraçava. E foi assim, abraçada e ninando seu nenê, que Martinha perdeu a virgindade, naquela tarde de calor insuportável, atrás do Hospital Heliópolis, numa rua deserta, com latidos de cachorros e cheiro de lixo.